Inventor do avião, automóvel,
Titanic? Criador da Internet, computador ou celular? Não. Gênio MESMO é quem
decidiu que todo dia as pessoas devem arrumar a cama. Não assim, só por
arrumar... É que há um fator social envolvido no ato de estender lençóis,
dobrar colchas, guardar cobertores...
Todos os dias as pessoas dormem
na mesma cama. Algumas, no mesmo horário, na mesma posição. Então para que
arrumar e desarrumar constantemente se à noite iremos atrapalhar tudo outra
vez?
Bem, é simples. Complexamente
simples. A cama é o lugar onde todos os cansaços do dia vão parar. O que deu
certo, o que deu errado, o que se deixou de fazer... Tudo isso fica marcado em
cada dobra no colchão e nos lençóis. Todas as marcas de 24 horas que nos dão a
certeza de estarmos vivos. Imagina se
não tivesse surgido a brilhante idéia de refazer a cama? Os cansaços de 365
dias seriam acumulados em um único conjunto de colchão e madeira. Não adianta!
A cama desmontaria em um mês. Por isso, surgiu a solução genial em retirar da
cama diariamente todas as preocupações, ansiedades, transtornos.
Arrisco a dizer que a cama é a
metonímia da vida. É a metáfora que os mais atentos aplicam enquanto acordados.
Quando arrumamos a cama, antes de sair de casa, livramos a nossa mente de tudo
o que se passou no dia anterior e nos preparamos para um novo dia, como quem
prepara uma página em branco para preencher em um texto que amanhã não servirá
mais.
Assim como há os que deixam de
arrumar a cama por falta de tempo, de interesse ou vontade, há os que deixam de
se livrar das velhas mágoas, do passado que, como o nome diz, passou. Essas
pessoas, com o passar do tempo, ficam da mesma forma que a cama desarrumada:
carregam no rosto todo o peso de não saber recomeçar. É cientificamente comprovado:
saudosismo dá rugas.
E você, já arrumou a sua cama
hoje?