segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Carta ao filho



Sou estudante de jornalismo e acordo, todos os dias, jornalista em construção. De modo que penso e repenso na minha futura profissão como quem pensa em um filho, um ente querido. É com esse sentimento que me sento para escrever uma carta a esse meu quase filho:

Filho meu,

Sei que você não é muito chegado à História. Como todo jovem, você se perde no hoje de forma tão profunda que às vezes fica difícil olhar para trás. Mas mesmo assim, para começar essa minha carta, recorro à sabedoria de tempos passados.

Aristóteles, um filósofo que você já deve ter ouvido falar, deixou a seu filho Nicômaco um manual de felicidade, cujo nome, certeiramente, ele deu de “ética”.

Sinto que você anda triste, desencantado da vida. E é justamente o caminho que o filósofo indicou que eu, que só quero o seu bem, aconselho: ÉTICA. Se ela não é o caminho à felicidade para os outros, para você, com certeza, ela o é. Mesmo que você encontre meios mais atraentes, não se esqueça: só a ética levará à calma que você tanto sonha.

Você anda dramático, meu filho. Às vezes te vejo falando sem parar de coisas tristes, de violência, de negatividade. Sei que o mundo que o cerca é repleto de problemas, mas você, jovem que é, pode contribuir para melhorá-lo, para torná-lo mais humano, ao invés de apenas contar o que vê?

Agora, falo o mais importante, por hora:

Fiquei muito triste por você ter desistido da Universidade. Cuidado com a falta de diploma! ESTUDE muito, meu filho, para você não deixar a “não obrigatoriedade” do seu diploma subir à cabeça e se vir, daqui a alguns anos, se vangloriando por ser bom, mesmo sem ter estudado. Por mais que digam o contrário, se formar em uma Universidade te dará uma visão crítica mais aguçada, além de ensinar sobre a técnica da profissão que você escolheu. Você é inteligente, então te pergunto:

Você acha mesmo que 4 anos em uma Universidade não te fariam um profissional mais preparado? Por isso, reflita, meu filho. Reflita.

Despeço de você com o coração apertado.
Espero que faça as escolhas certas para que se torne o que eu sonhei para você e, dessa forma, contribua para fazer um mundo melhor.

De sua “mãe” excessivamente sonhadora, um abraço.

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