Peste negra, AIDS, câncer.
Nazismo, holocausto, guerra. Homofobia. Excesso de informação. Os séculos
sempre estiveram cheios de males característicos. Chamar isso ou aquilo de “mal
do século” é uma prática recorrente. No entanto, atribuir ao tempo, à sorte, ao
destino ou ao que quer que seja, as intempéries pelas quais passa o ser humano
é, no mínimo, cômodo.
O mal não está no século, na
década, no ano. O mal está em cada um de
nós que compõe os dias do calendário. Em cada indivíduo: famoso, ateu, povo,
massa. O mal do século é a falta de
visão. E não, não me refiro à condição física de não enxergar. É a visão
seletiva, cômoda. É a visão má.
Ponto. Maldade é o mal. Não dos
tempos, mas do homem. Não de todos, mas
da regra.
Defendemos a reforma agrária
porque queremos ver o “povo”, com todas as suas caras sujas e pés descalços, de
volta para o campo.
Sonhamos com o fim da miséria
unicamente pelo medo de sermos assaltados na próxima esquina.
Comemoramos o câncer de um
político porque não compartilhamos de sua posição ideológica.
Passamos tanto tempo invejando os
que se destacam que não temos tempo para nos destacar também.
Somos frios. Somos rudes.
Grossos. Contraditoriamente incomunicáveis.
Ironicamente, há os que se
ofendem ao serem chamados de “desumanos”. Se a humanidade é isso, o fato de não
fazer parte dela não é castigo. É privilégio.
Quem sabe um dia me desumanize e
possa conjugar novamente as minhas frases? Abandonarei a cumplicidade da
primeira pessoa e substituirei o “nós” por “vocês”.
Melhor que isso é fazer um outro
nós, assim, sem males do século. “Vocês” serão a exceção e um “nós” de visão
clara e atos concretos será a regra.
Que venha, utópico, o mundo das
exceções.
É...o mal do mundo é o ser humano! Mas acredite que o clichê é verdade, ainda existe esperança sim. Viva pelo que você acredita, e fará pelo menos o seu mundo e o das pessoas ao seu redor um pouco melhor.
ResponderExcluirDiscordo do seu ponto de vista em acreditar que queremos a reforma agrária para que "os caras sujas" voltem ao campo ou que sonhamos com o fim da miséria em prol da nossa garantia de vida.Se você pensa dessa forma você já deve se sentir desumanizada. Não se deve generalizar o que uma minoria pensa , porquê no fim, mesmo que não saibamos, ainda nos importamos com alguém, por mais podre que as pessoas sejam. Porque somos podres, o ser humano é podre, mas ainda sim existem alguns que valham a pena.Concordo com o outro Anônimo: o clichê pode ser verdade, vivendo no que você acredita o seu mundo pelo menos valerá a pena e o dos que estiverem ao seu redor também
ResponderExcluirEsse Anônimo não sabe de nada!
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