Vivemos
em um cenário onde a informação está cada vez mais acessível, rápida e
necessária. Aos jovens, coube entender e participar desse contexto constantemente
inconstante, onde quase nada é invariável, onde nada está absolutamente pronto.
Como cobaia involuntária desse processo, a juventude vive as maravilhas e os
horrores de todas as modificações contemporâneas. E decepciona.
Enquanto
as possibilidades de encontrar boas informações crescem a cada dia, a
curiosidade dos jovens parece diminuir com a mesma intensidade. Não é preciso uma
atenção fora do comum para chegar a essa conclusão: nas mídias sociais, onde as
pessoas depositam suas impressões e comentam sobre o que mais lhes chama a
atenção, os comentários são quase sempre os mesmos, os assuntos, invariáveis. Os
livros lidos raramente diferem das listas de best-sellers. As ideologias, até
quando diferentes, obedecem a um padrão. Paradoxalmente, em uma época em que a
busca por um diferencial é marcante, os jovens parecem se ater aos mesmos
fatos, parecem se contentar com o óbvio.
Não
se trata, aqui, de um saudoso sentimento em relação às outras juventudes, de
uma cobrança por uma revolta que pode não condizer com o atual momento histórico
em que vivemos. Não adianta esperar, hoje, o mesmo comportamento dos jovens de
1968, por exemplo. No entanto, pode-se (e deve-se) esperar e cobrar de quem
está em formação, uma vontade de aprender, uma curiosidade diante do mundo, uma
inquietação saudável, um otimismo inteligente.
Se o
assunto principal das rodas de conversas é, pra todo-sempre-amém, a novela das
nove, o seriado da tarde ou o reality show do momento, quem acreditará que
esses jovens se preocupam com o país que os será de direito?
Se o
entretenimento, em constantes vitórias esmagadoras por atenção, se sobrepõe às
demais questões desta vida, acreditaremos que nem tudo acaba em diversão?
Tão
certa quanto o recorrente argumento usado por jovens apáticos de mundo, ao
defenderem, religiosamente, que nem tudo deve ser relevante e que nem toda ação
é engajada, está a conclusão óbvia: quem tem seriedade, é levado a sério. E
assim se constrói um país.
Como
diz o ditado, toda regra tem exceções. Então, que as exceções, nesse caso, se tornem
regras e que a visão dos jovens seja tão grande quanto a disposição em
aumentá-la a cada dia.
Às vezes eu penso que essa visível falta de interesse e engajamento nas diversas problemáticas atuais, é nada mais nada menos que um egocentrismo exagerado, que aprendemos a exercer desde que nascemos. O que importa é o que EU gosto, EU quero, EU tenho, EU sei, e não o que o outro quer ou o que a sociedade precisa.
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