Um marco na história desse Brasil
de meu (ou seria do seu?) Deus. Aliás, não um marco, um Marco. O Marco. Feliciano.
A Comissão de Direitos Humanos está em festa – com traje de gala, segurança na
porta e convite para entrar. Ora, afinal, qual brasileiro não está feliz com o
novo presidente? Não consigo pensar em um nome mais apropriado para ocupar esse
cargo tão, tão, tão inútil. O Brasil não precisa de uma comissão para zelar
pelos direitos humanos, oras! Basta andar pelas ruas, ler os jornais ou
assistir à Patrícia Poeta no horário nobre, que percebemos o quanto é dispensável
uma comissão desse tipo. Afinal, não há minorias nesse país: somos uma grande
massa verde e amarela, completamente idêntica e uniforme.
Não há quem pense diferente. Não há quem cultue
seus próprios deuses. Não há mulheres
nesse oito de março que precisem recorrer a uma Lei das Marias muitas e todas.
Não há nenhum tipo de preconceito contra homossexuais: se eles estão no seu
próprio canto, que mal há? Desde que não queiram cometer o a-b-s-u-r-d-o de se
casar. Que desnecessário celebrar o amor, não é?
E as raças etnias cores e formas de cabelos? São todas aceitas, respeitadas e têm a mesmíssima oportunidade de ser aquilo que sonham (as cotas são outra medida absolutamente desnecessária, diga-se de passagem). Não há índios expulsos de suas casas para dar lugar à beleza e frieza de um concreto feito para inglês ver em dia de futebol. Não há deficientes que encontram obstáculos quando querem atravessar a rua e comprar um pão. Por falar em pão, todos os brasileiros tem pão, leite, carne, ovos, salada e Mac lanche feliz na mesa. Olha nosso IDH, que coisa mais linda?! Não há quem tenha fome e precise contar os dias no calendário para receber uns reais na hora de tirar o cartão da bolsa família. Família. O Brasil adora marchar pela família. Somos um país que deveria protagonizar uma propaganda de margarina. Êta, orgulho!
E as raças etnias cores e formas de cabelos? São todas aceitas, respeitadas e têm a mesmíssima oportunidade de ser aquilo que sonham (as cotas são outra medida absolutamente desnecessária, diga-se de passagem). Não há índios expulsos de suas casas para dar lugar à beleza e frieza de um concreto feito para inglês ver em dia de futebol. Não há deficientes que encontram obstáculos quando querem atravessar a rua e comprar um pão. Por falar em pão, todos os brasileiros tem pão, leite, carne, ovos, salada e Mac lanche feliz na mesa. Olha nosso IDH, que coisa mais linda?! Não há quem tenha fome e precise contar os dias no calendário para receber uns reais na hora de tirar o cartão da bolsa família. Família. O Brasil adora marchar pela família. Somos um país que deveria protagonizar uma propaganda de margarina. Êta, orgulho!
Olhando essa perfeição toda (é ‘direitos
e humanos’ que não acabam mais!) fica difícil não se emocionar com o Feliciano
(tem alegria até no nome, vejam só!) presidindo nossa Comissão. Quem sabe assim
não acaba o teatro barato e o Brasil admite para todo o mundo que, por aqui,
não precisamos de ninguém zelando pelos Direitos Humanos? Chega de modéstia,
gente! Dizem que somos craques em jogar e organizar copas do mundo. MENTIRA!
Somos tão craques em garantir os direitos da nossa gente que o plano é acabar
com a comissão!
Parem os protestos, tirem as
faixas das ruas, não assinem petições. Deixem o país seguir o seu plano, numa
reta, com viseiras. Pra baixo. Pra trás.
2013: Feliz-esse-ano. (E ainda é
março!)
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