Em séculos de história, o homem sempre viveu de ar, água,
comida e mistério. Mistério? Sim. É o mistério de não saber o que tem do outro
lado do rio que levou o homem a nadar; o mistério em entender a natureza que
nos rege levou à existência dos cientistas; o mistério da sociedade imperfeita
deixou Marx de “barbas de molho”. Há mistério na história, nas religiões, nos
relacionamentos, nos processos seletivos...
Em tudo quanto se possa pensar, há mistério.
Mas o maior mistério de todos é: POR QUE OS SISOS NASCEM?
Talvez dentistas, estudiosos e curiosos de plantão já tenham desenvolvido
teorias cheias de porquês e quases pormenores, tentando solucionar o caso que,
dito por fonte segura, já deixou Sherlock Holmes sem dormir... Mas nada explica
tamanha atrocidade!
A criança nasce sem dentes, sofre horrores pra conseguir ter
um sorriso completo e, depois de uns poucos anos, já é hora de trocá-los
novamente. Nisso, tem toda aquela história de fada dos dentes que nunca chega e
a insistência materna em fotografar as “janelinhas”. Isso não é fotografia: é
prova criminal, atestado de feiúra.
Depois de ter superado o trauma, anos depois, quando a
pessoa já esqueceu do sofrimento odontológico passado, surge uma pequena
pontada, entre uma cerveja gelada e outra. É quando começa-se a mastigar a
ponta da caneta mais que o normal, numa atitude semelhante à dos bebês que “coçam”
seus dentinhos em brinquedos sabor tuti-fruti. Pasmem! Aos 19 anos, para uns;
22, para outros, lá está o indivíduo colocando mais um dente no mundo. Que
revolta!
Mas não. Como se não bastasse o ridículo de “coçar”
dentinhos na idade adulta, é preciso enfrentar a notícia de que os novos
integrantes bucais não contribuirão para um sorriso melhor. Será preciso
arrancá-los. Assim, sem dó, nem piedade. Aí, feita a despedida, serão 7 dias
sem comer, sem beber, sem nada: um culto pagão à não-longevidade do siso.
Maior que o mistério em entender esse processo doloroso pelo
qual passa o ser humano, é responder ao porquê de ainda não existir o MDSS:
movimento dos sem siso, ou algum órgão de proteção aos sofredores dos sisos
precoces, ou ONG’s, letra de funk, página no facebook, tweet do dia...
Será que não seria agora o momento de aproveitar a febre das
greves que começam com tudo e terminam em nada e lutar pelos direitos dos
sofredores dos sisos?
Sem-sisos sensíveis do Brasil: uni-vos!
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